segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Seminário Nacional ACR - "Da Fé professada, celebrada e rezada à Fé vivida."

Seminário Nacional - ACR

Albergaria-à-Velha, 10 e 11 de novembro de 2012

COMUNICADO

A ACR realizou o Seminário Nacional na Casa Diocesana de N. Sr.ª do Socorro, em Albergaria-à-Velha, nos dias 10 e 11 de novembro de 2012, com o tema Da Fé professada, celebrada e rezada à Fé vivida.
Participaram 85 Militantes e Simpatizantes, das várias dioceses onde o Movimento está implantado, sendo este um momento de lançamento dos trabalhos para as equipas e grupos de ação.
A reflexão começou com a temática Participação dos Leigos na Missão da Igreja, orientado por José Carlos Carvalho, Professor da Faculdade de Teologia do Porto (Universidade Católica). Relembrou que aos leigos compete ser fermento na massa, contribuindo para a santificação do mundo. Consagrados pelo Batismo, estando de forma convicta e assumida, na família, no trabalho, nos circuitos sociais, pelo teor da sua vida. É espiritualidade secular característica dos leigos. Nesse sentido, urge a necessidade do diálogo com a cultura, o contacto com o mundo. É Cristo que nos envia a evangelizar; e, para evangelizar, é fundamental alimentar a nossa relação com Cristo.
O segundo momento de reflexão foi orientado por João César das Neves, Professor da Faculdade de Economia de Lisboa, da Universidade Católica, sob o tema Da Fé professada à Fé vivida em tempos de crise. Apresentou-nos um olhar de esperança perante a crise. A crise é momento do regresso ao essencial. Deus é único. Ama-nos de forma única. Jesus Cristo vai para a Cruz no cerne das dificuldades da pessoa humana. A Igreja é chamada a intervir com a loucura de Cristo. Poderá ser pioneira na forma de estar presente entre e com os mais pobres. A partir de Cristo, que se entrega sem reservas nem condições, entende-se o que é a caridade, a força capaz de nos mobilizar, o único modo de exprimir a fé, de lhe dar vida.
No domingo, Luís Manuel Silva, Professor do Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro, falou sobre A ACR na Missão da Igreja: 5 críticas à Fé, 5 desafios, 5 compromissos da ACR. Perante a exposição, que nos sensibilizou a usar instrumentos para melhor defender a fé cristã, os cinco desafios lançados motivaram as Dioceses a assumir compromissos concretos. Deste modo, a ACR mostra que continua a Crescer e Recriar o Futuro na Esperança.

Albergaria-à-Velha, 11 de novembro de 2012
A Direcção Nacional



terça-feira, 30 de outubro de 2012

Festa das Colheitas 2012 em Castelo do Neiva


No próximo Sábado, a ACR e a JARC da paróquia de Santiago de Castelo do Neiva juntam-se, mais uma vez, para a Festa das Colheitas! Apelamos à participação de todos comprando os produtos tradicionais da nossa terra e a participar na eucaristia que será animada pelos dois movimentos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

São Tiago Maior

Tiago (o Maior), filho de Zebedeu e de Salomé, era irmão do evangelista São João. Seu pai estava presente quando os dois irmãos, dentro de em um barco no lago de Genesaré, receberam o pedido de Jesus para O acompanharem: “eles, abandonaram o barco e seu pai e seguiram-nO,” demonstrando vontade decidida e índole forte. Talvez por isso, receberam de Jesus o apelido de “filhos do trovão”.

Como os outros discípulos, Tiago foi perseguido pelas autoridades judaicas e preso. No seu cárcere, sofreu todo tipo de tortura e flagelo. Mesmo assim, sentia muito orgulho de estar sendo torturado por amor a Jesus.

Segundo uma tradição, o apóstolo Tiago teria sido o primeiro evangelizador da Espanha e as suas relíquias teriam sido levadas para Compostela, uma das metas mais procuradas pelos peregrinos na Europa.





Amado São Tiago, que não pedistes para pensar quando Jesus Cristo vos chamou para segui-Lo e que a tantos tirastes das trevas do paganismo, rogai por nós. Vós, que com vosso temperamento impetuoso e forte fostes transformado pela Ação do Espírito no dia de Pentecostes e vossa impetuosidade transformou-se em uma luta pela perfeita santidade e o cumprimento fiel de vossos deveres de apóstolo, rogai por nós.

Vós que vistes a transfiguração de Jesus no Monte Tabor junto a Pedro e João, que acompanhastes o Senhor nos momentos mais difíceis de Sua Missão gloriosa, acompanhai-nos também no momento de nossas dificuldades, iluminai-nos, conduzi-nos e pedi ao Divino Espírito Santo de Deus que venha sobre nós e nos transforme em verdadeiros apóstolos destemidos e cheios de amor e zelo pela nossa Igreja. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Comunicado Conselho Nacional 2012


CONSELHO NACIONAL DA ACÇÃO CATÓLICA RURAL (ACR)
LAMEGO – Seminário Diocesano, 30 de Junho e 1 de Julho de 2012

“CRESCER E RECRIAR O FUTURO NA ESPERANÇA”

Reuniram em Conselho Nacional os representantes de 14 Dioceses do Continente e Ilhas em que a ACR está implantada (Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Funchal, Guarda, Lamego, Leiria-Fátima, Lisboa, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu), para avaliar o ano 2011/2012, bem como para definir e projetar o plano de ação para o ano 2012/2013, com o objetivo de continuar com determinação a responder aos desafios sociais e eclesiais feitos ao Movimento.
Tendo em conta que a ACR se define como Movimento de apostolado de meio, este Conselho destaca a necessidade de sermos células da Igreja, que não estão voltadas sobre si mesmas, mas para o mundo. Reafirma-se a importância de sermos fermento e testemunha no mundo, através da nossa vida.
O Conselho avaliou o trabalho nacional e diocesano como bastante positivo, refletindo uma ACR viva e atuante, e de olhar atento à atual situação da sociedade, procurando respostas criativas e empreendedoras, essencialmente nos meios concretos em que está inserida.
O Movimento continuará a fomentar a cooperação entre as Dioceses, procurando auxiliar na revitalização e no rejuvenescimento daquelas que se encontram com maiores dificuldades. Destaca-se a expansão do Movimento, traduzida no surgimento de novos grupos dos vários setores etários, em algumas das Dioceses.
Para o próximo ano, a ACR recolherá as suas linhas orientadoras, em unidade com a Igreja Universal, na celebração do “Ano da Fé”, bem como no jubileu do Concílio Vaticano II, promovendo a reflexão e vivência da riqueza de excertos dos documentos conciliares, em ordem a proporcionar ao mundo atual uma maior abertura e reconhecimento da presença e ação de Deus na história humana. A nível interno do
Movimento, comemoraremos, em memória e projeção do futuro, os 50 anos da Revista “Mundo Rural”, que culminarão em 2013.
A ACR quer continuar, com renovado empenho, na construção da Igreja de Jesus Cristo, porque os tempos difíceis são também os privilegiados tempos de missão.

Lamego, 1 de Julho de 2012
A Direção Nacional


sexta-feira, 29 de junho de 2012

São Pedro - O primeiro Papa


Comemoramos hoje o dia dedicado ao príncipe dos Apóstolos e primeiro Papa da Igreja, São Pedro. Esta festa foi instituída por volta do século IV, antes mesmo de ser definida a data actual da festa do Natal.

Ele era um pescador e o seu nome originalmente era Simão, filho de Jonas e irmão de André. Mas Jesus mudou-lhe o nome para Pedro que significa pedra, pois ele seria a rocha forte sobre a qual Jesus edificaria a sua Igreja. Por isso comprovadamente ele foi o primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana.

Uma parte importante da sua vida está documentada nos Evangelhos e nos Actos do Apóstolos; sobre a sua vida em Roma existem muitas e belas narrativas passadas de geração em geração, algumas delas contadas em diferentes romances inspirados nos primeiros tempos da Igreja.

Morreu crucificado como Jesus, mas de cabeça para baixo, pois não se achava digno de morrer de maneira igual ao mestre.




Evangelho segundo S. Mateus (16,13-19)

Naquele tempo, ao chegar à região de Cesareia de Filipe, Jesus fez a seguinte pergunta aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?»
Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum dos profetas.»
Perguntou-lhes de novo: «E vós, quem dizeis que Eu sou?»
Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.»
Jesus disse-lhe em resposta: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu.
Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.» 





Foi por Ti
Que um dia fui p´ra além da praia
Descobri em Ti
Um mar que eu nem sabia haver
Faz-Te ao largo confia em Mim
Disseste e a praia inteira parou;
Lança as redes confia em Mim,
Passaste e segredaste-me; vem...

Aonde iria eu sem Ti Senhor
Se Tu falas e eu oiço o mar
Irei conTigo aonde quer que vás,
Onde quer que o vento sopre,
Até ao dia em que o mar me levar

Eis aqui o amigo em quem Tu confiaste
E um dia Te negou
Por medo ou traição, nem sei;
Mas olhaste e o mar se acalmou,
No teu olhar, de novo encontrei,
Noutra praia, o dia a nascer
Passaste e SegredasTe-me, vem !

Aonde iria eu sem Ti Senhor
Se Tu falas e eu oiço o mar
Irei conTigo aonde quer que vás,
Onde quer que o vento sopre,
Até ao dia em que o mar me levar

Vi em Ti a força e a ambição da rocha,
Invencível eu, conTigo a caminhar p´lo mar;
Mas um dia não entendi baixasTe p´ra me lavar os pés
Quem és Tu Senhor, quem sou eu?
Passaste e segredaste-me,vem.

domingo, 24 de junho de 2012

Natividade de São João Baptista


São João Baptista era filho de Zacarias e de Santa Isabel. Chamava-se "Baptista" pelo facto de pregar um baptismo de penitência (cf. Lucas 3,3). João, cujo nome significa "Deus é propício", veio à luz em idade avançada de seus pais (cf. Lucas 1,36). Parente de Jesus, foi o precursor do Messias. É João Baptista que aponta Jesus, dizendo: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: Depois de mim, vem um homem que passou adiante de mim, porque existia antes de mim" (João 1,29ss.). De si mesmo deu este testemunho: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai os caminhos do Senhor ..." (João 1,22ss.).

São Lucas, no primeiro capítulo de seu Evangelho, narra a concepção, o nascimento e a pregação de João Baptista, marcando assim o advento do Reino de Deus no meio dos homens. A Igreja celebra-o desde os primeiros séculos do cristianismo. É o único santo cujo nascimento (24 de Junho) e martírio são evocados em duas solenidades pelo povo cristão. O seu nascimento é celebrado pelo povo com grande júbilo: cantos e danças folclóricas, fogueiras e quermesses fazem da sua festa uma das mais populares e queridas da nossa gente.



Evangelho segundo S. Lucas 1,57-66.80

Naquele tempo, chegou a altura de Isabel ser mãe e deu à luz e um filho.
Os seus vizinhos e parentes, sabendo que o Senhor manifestara nela a sua misericórdia, rejubilaram com ela.
Ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias.
Mas, tomando a palavra, a mãe disse: «Não; há-de chamar se João.»
Disseram-lhe: «Não há ninguém na tua família que tenha esse nome.»
Então, por sinais, perguntaram ao pai como queria que ele se chamasse.
Pedindo uma placa, o pai escreveu: «O seu nome é João.» E todos se admiraram.
Imediatamente a sua boca abriu-se, a língua desprendeu-se-lhe e começou a falar, bendizendo a Deus.
O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos, e por toda a montanha da Judeia se divulgaram aqueles factos.
Quantos os ouviam retinham-nos na memória e diziam para si próprios: «Quem virá a ser este menino?» Na verdade, a mão do Senhor estava com ele.
Entretanto, o menino crescia, o seu espírito robustecia-se, e vivia em lugares desertos, até ao dia da sua apresentação a Israel.






São João Baptista, voz que clama no deserto: "Endireitai os caminhos do Senhor... fazei penitência porque no meio de vós está quem vós não conheceis e do qual eu não sou digno de desatar os cordões das sandálias", ajudai-me afazer penitência das minhas faltas para que eu me torne digno do perdão Daquele que vós anunciastes com essas palavras: "Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira os pecados do mundo"

São João, pregador da penitência, rogai por nós.
São João, precursor do Messias, rogai por nós.
São João, alegria do povo, rogai por nós

Ajudai-nos a sermos fiéis e perseverantes na nossa missão, defendendo como vós a causa do Reino. E que após a nossa peregrinação terrena possamos convosco participar da glória eterna.
Ámen.



quarta-feira, 13 de junho de 2012

Santo António de Lisboa - 13 de Junho

Ó grande e bem-amado
Santo António de Lisboa!
Vosso amor a Deus e ao próximo,
vosso exemplo de vida cristã,
fizeram de vós
um dos maiores Santos da Igreja.
Eu vos suplico
tomar sob vossa protecção valiosa
minhas ocupações,
empreendimentos,
e toda a minha vida.
Estou persuadido
de que nenhum mal
poderá atingir-me
enquanto estiver
sob a vossa protecção.
Protegei-me e defendei-me:
sou um pobre pecador.
Recomendai minhas necessidades
e apresentai-vos
como meu medianeiro a Jesus,
a quem tanto amais.
Por vosso mérito,
Ele aumente minha fé e caridade,
console-me nos sofrimentos,
livre-me de todo mal
e não me deixe sucumbir na tentação.
Ó Deus poderoso,
livrai-me de todo o perigo
do corpo e da alma.
Auxiliado continuamente por Vós,
possa viver cristãmente
e santamente morrer.
Ámen.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE JESUS CRISTO



Evangelho segundo S. Marcos 14,12-16.22-26

No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»
Jesus enviou, então, dois dos seus discípulos e disse: «Ide à cidade e virá ao vosso encontro um homem trazendo um cântaro de água. Segui-o
e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: O Mestre manda dizer: 'Onde está a sala em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?’
Há-de mostrar-vos uma grande sala no andar de cima, mobilada e toda pronta. Fazei aí os preparativos.»
Os discípulos partiram e foram à cidade; encontraram tudo como Ele lhes dissera e prepararam a Páscoa.
Enquanto comiam, tomou um pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e entregou-o aos discípulos dizendo: «Tomai: isto é o meu corpo.»
Depois, tomou o cálice, deu graças e entregou-lho. Todos beberam dele.
E Ele disse-lhes: «Isto é o meu sangue da aliança, que vai ser derramado por todos.
Em verdade vos digo: não voltarei a beber do fruto da videira até ao dia em que o beba, novo, no Reino de Deus.»
Após o canto dos salmos, saíram para o Monte das Oliveiras. 




Tal como a festa da Santíssima Trindade, esta não é uma « festa de devoção » : é a confissão da nossa fé viva, cujo enunciado, aliás, não se encontra no Credo.
As orações e os cânticos da liturgia actual têm por autor S. Tomás de Aquino: são a expressão de um amor infinito e entusiasta, uma obra prima de doutrina teológica e de poesia.
As três leituras e o salmo orientam a meditação do fiel para a dimensão sacrificial da Eucaristia, sem suprimir as outras dimensões deste mistério : a fracção do pão, a refeição comunitária, a presença real, a comunhão.
A Eucaristia é um sacrifício de louvor e de acção de graças, tal como os sacrifícios da Antiga Aliança. Por si mesma, a morte não é redentora. É a nossa atitude diante da morte que o pode ser. É o Servo que, pela sua oferenda, a faz tornar-se expiação e glorificação.
A “carta aos Hebreus” desenvolve o tema do sacrifício do Antigo Testamento, evocando a celebração do « dia da Expiação » : « O sangue de Cristo faz bem melhor. Ele é o sumo-sacerdote da Nova Aliança. Cristo ressuscitado já não morre mais ».

O Evangelho de S. Marcos coloca-nos no contexto da noite pascal. Jesus dá-nos a vida, tal como o Pai dá a vida que Ele oferece por nós e que é doravante vitoriosa sobre a morte. Cristo ordena-nos que celebremos este memorial até ao dia do Reino de Deus.



quinta-feira, 31 de maio de 2012

Comemoração da Visitação de Nossa Senhora - 31 de Maio

Bendita sejais, ó Virgem Santa Maria, que acreditastes na palavra do Senhor

«Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 1, 39-56)

Naqueles dias,
Maria pôs-se a caminho
e dirigiu-se apressadamente para a montanha,
em direcção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
o menino exultou-lhe no seio.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz:
«Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado
que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos
a voz da tua saudação,
o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou
no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito
da parte do Senhor».
Maria disse então:
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas,
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre».
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses
e depois regressou a sua casa.






Deus eterno e omnipotente, que inspirastes à Virgem Santa Maria o desejo de visitar Santa Isabel, levando consigo o vosso Filho Unigénito, tornai-nos dóceis à inspiração do Espírito Santo, para podermos cantar sempre com ela as vossas maravilhas.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ámen

domingo, 20 de maio de 2012

Domingo, 20 de Maio


A vida e seu declinar
– um compromisso de qualidade, protecção e partilha de afectos

Para reflectir

«Um lugar especial há-de ser reconhecido aos idosos. […] A marginalização ou mesmo a rejeição dos idosos é intolerável. É importante que se conserve, ou se restabeleça onde tal se perdeu, uma espécie de “pacto” entre as gerações, de modo que os pais idosos, chegados ao termo da sua caminhada, possam encontrar nos filhos aquele acolhimento e solidariedade que lhes tinham oferecido quando estes estavam a desabrochar para a vida» (EV 94).


«Entra na missão educadora dos pais ensinar e testemunhar aos filhos o verdadeiro sentido do sofrimento e da morte: poderão fazê-lo se souberem estar atentos a todo o sofrimento existente ao seu redor e, antes ainda, se souberem desenvolver atitudes de solidariedade, assistência e partilha com doentes e idosos no âmbito familiar» (EV 92).

«Ó Maria,
aurora do mundo novo,
Mãe dos viventes,
confiamo-Vos a causa da vida:
olhai, Mãe,
para o número sem fim
de crianças a quem é impedido nascer,
de pobres para quem se torna difícil viver,
de homens e mulheres
vítimas de inumana violência,
de idosos e doentes assassinados
pela indiferença
ou por uma suposta compaixão.
Fazei com que todos aqueles que crêem
no vosso Filho
saibam anunciar com desassombro e amor
aos homens do nosso tempo
o Evangelho da vida.[…]» (EV 105).
Ámen.


Ponto de esforço
– Oferecer-se para dar um passeio com uma pessoa idosa. Oferecer-lhe uma flor.
– Entre todos, dar mais atenção e fazer mais companhia às pessoas mais velhas ou doentes.

sábado, 19 de maio de 2012

XII Viana Jovem - 20 de Maio de 2012

Aparece no nosso Workshop! :D





Sábado, 19 de Maio


A vida, dom e tarefa
– Um compromisso de sentido e fidelidade


Para reflectir

«Aos educadores, professores, catequistas e teólogos incumbe o dever de pôr em destaque as razões antropológicas que fundamentam e apoiam o respeito de cada vida humana» (EV 82).

«É necessário educar para o valor da vida, a começar das suas próprias raízes. É uma ilusão pensar que se pode construir uma verdadeira cultura da vida humana, se não se ajudam os jovens a compreender e a viver a sexualidade, o amor e a existência inteira no seu significado verdadeiro e na sua íntima correlação. A sexualidade, riqueza da pessoa toda, “manifesta o seu significado íntimo ao levar a pessoa ao dom de si no amor”. A banalização da sexualidade conta-se entre os principais factores que estão na origem do desprezo pela vida nascente: só um amor verdadeiro sabe defender a vida. Não é possível, pois, eximir-nos de oferecer, sobretudo aos adolescentes e aos jovens, uma autêntica educação da sexualidade e do amor, educação essa que requer a formação para a castidade, como virtude que favorece a maturidade da pessoa e a torna capaz de respeitar o significado “esponsal” do corpo» (EV 97).


O que mudaria na sociedade e mesmo no respeito pela vida, se os jovens decidissem viver em castidade até ao matrimónio? E se a fidelidade entre marido e mulher fosse um valor desejado e mais cultivado por todos?

Que factores estarão associados à falta de sentido para a vida, que leva tantos jovens a perderem-se nos caminhos do vazio, do prazer, da droga, da violência e da indiferença face às agressões à vida?


Ajuda-nos, Senhor, a acreditar no verdadeiro amor. Ensina-nos a virtude da castidade, que abre ao respeito pelo próprio corpo, pelo corpo do outro. Ensina-nos a estarmos atentos à beleza e à elegância dos pequenos gestos, expressão de ternura e respeito pela vida, criada para reflectir a tua imagem e a tua ternura.


Ponto de esforço
– A longo do dia, não ceder à tentação do prazer, abster-se de relações amorosas, ou outras seduções, para aprender a dominar-se.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Sexta, 18 de Maio


A vida abandonada
– um compromisso de solidariedade/voluntariado


Para reflectir

«Expressão particularmente significativa de solidariedade entre as famílias é a disponibilidade para a adopção ou para o acolhimento das crianças abandonadas pelos seus pais ou, de qualquer modo, em situação de grave dificuldade. […] Entre as formas de adopção, merece ser assinalada a adopção à distância, que se há-de preferir sempre que o abandono tenha por único motivo as condições de grave pobreza da família» (EV 93).

“Sejam promovidos os centros com os métodos naturais de regulação da fertilidade, como válida ajuda à paternidade e maternidade responsável […] Também os consultórios matrimoniais e familiares, através da sua acção específica de consulta e prevenção, desenvolvida à luz de uma antropologia coerente com a visão cristã da pessoa, do casal e da sexualidade, constituem um precioso serviço para descobrir o sentido do amor e da vida, e para apoiar e assistir cada família na sua missão de “santuário da vida”. […] Os centros de ajuda à vida e os lares de acolhimento da vida. Graças à sua acção, tantas mães-solteiras e casais em dificuldade readquirem razões e convicções, e encontram assistência e apoio para superar contrariedades e medos no acolhimento de uma vida nascitura ou que acaba de vir à luz» (EV 88).


Que poderemos nós fazer para partilhar com quem tem menos os nossos bens e sobretudo os nossos os afectos?

Que lugar ou preocupação tem a “vida não cuidada” ou abandonada no nosso coração, na nossa família ou no nosso grupo?


Deus Pai, fonte da Vida, torna o nosso coração sensível ao sofrimento humano. Faz-nos ver a tua presença nos nossos irmãos. Abre o nosso coração a um amor Maior, que se torne solicitude, justiça, solidariedade e serviço, ao jeito do teu Filho Jesus.


Ponto de esforço
– Passar por um marginal e sorrir para ele.
– Visitar, com alguma demora, uma casa de crianças institucionalizadas.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Quinta, 17 de Maio


A família, estrutura indispensável à vida
– Um compromisso de amor, respeito,
protecção, segurança e educação.


Para reflectir

«A obra de educação para a vida comporta a formação dos cônjuges sobre a procriação responsável» (EV 97).

«A família tem a ver com os seus membros durante toda a existência de cada um, desde o nascimento até à morte. Ela é verdadeiramente “o santuário da vida […], o lugar onde a vida, dom de Deus, pode ser convenientemente acolhida e protegida contra os múltiplos ataques a que está exposta, e pode desenvolver-se segundo as exigências de um crescimento humano autêntico”. Por isso, o papel da família é determinante e insubstituível na construção da cultura da vida» (EV 92).

Vem espírito Santo, vem, vem iluminar

Senhor Jesus, damos-Te graças
Pelo dom dos nossos pais
Dádivas do teu amor para nós, seus filhos.
E de os teres unidos no teu terno amor.
Ensina-os a crescer na graça que lhes deste,
Para que saibam re-enamorar-se cada dia,
Alimentando o seu amor
Nas Fontes do teu Amor.
Sendo para nós, seus filhos,
sacramento da tua presença amorosa e cuidadora.

Vem espírito Santo, vem, vem iluminar

Confiamos-Te os nossos filhos, Senhor da vida.
Guarda-os.
Ensina-nos a amá-los, a respeitá-los e a educá-los
Tal como são,
Para os ajudar a crescer na direcção do seu futuro,
Não segundo os nossos desejos,
Mas segundo o projecto que tens sobre cada um.

Vem espírito Santo, vem, vem iluminar

Os nossos filhos são teus, Senhor da Vida
Torna-nos sinais da tua Ternura para eles.
Educar é difícil, mas Tu ensinaste-nos
Que «tudo» é possível,
Se permanecemos unidos a Ti,
como os ramos à videira.
Transfigura-nos com o Sopro do teu Espírito
Para que na nossa ternura de casal
Eles descubram a tua
E vivam na harmonia e na alegria,
Cada dia da sua vida.
Por Cristo Senhor Nosso. Ámen. 


Ponto de esforço
– Instituir este dia o dia da alegria, em família ou no grupo.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Quarta, 16 de Maio


A vida, o maior dos bens
um compromisso de anúncio e responsabilidade


Para reflectir

«Como igreja doméstica, a família é chamada a anunciar, celebrar e servir o Evangelho da vida […]. Na geração de uma nova vida, eles tomam consciência de que o filho se é fruto da recíproca doação de amor dos pais, é, por sua vez, um dom para ambos: um dom que promana do dom» (EV 92).

«Peculiar é a responsabilidade confiada aos profissionais da saúde – médicos, farmacêuticos, enfermeiros, capelães, religiosos e religiosas, administradores e voluntários: a sua profissão pede-lhes que sejam guardiães e servidores da vida humana» (EV 89).

«Terão de ser removidas as causas que favorecem os atentados contra a vida, sobretudo garantindo o devido apoio à família e à maternidade: a política familiar deve constituir o ponto fulcral e o motor de todas as políticas sociais» (EV 90).


Senhor da Vida, que o teu Espírito nos transforme e fortaleça interiormente, a fim de que possamos ser, sem respeitos humanos, profetas e guardiães da vida, que é dom da tua infinita bondade.

Ponto de esforço
– Ao longo do dia, envidar esforços para, na conversa com os amigos e colegas de trabalho, privilegiar o tema da vida como dom.


terça-feira, 15 de maio de 2012

Terça, 15 de Maio


A vida, bem comum – um compromisso activo de todos

Para reflectir

«Devemos cuidar do outro enquanto pessoa confiada por Deus à nossa responsabilidade» (EV 87).

«Actuar em favor da vida é contribuir para o renovamento da sociedade, através da edificação do bem comum» (EV 101). «Na mobilização por um nova cultura da vida, que ninguém se sinta excluído: todos têm um papel importante a desempenhar. Ao lado da tarefa das famílias, é particularmente valiosa a missão dos professores e dos educadores. […] Responsabilidade particular cabe aos intelectuais católicos, chamados a estarem activamente presentes nas sedes privilegiadas da elaboração cultural» (EV 98). 
«Indivíduos, famílias, grupos, entidades associativas, têm a sua responsabilidade, mesmo se a título e com método diverso, na animação social e na elaboração de projectos culturais, económicos, políticos e legislativos que, no respeito de todos e segundo a lógica da convivência democrática, contribuam para edificar uma sociedade onde a dignidade de cada pessoa seja reconhecida e tutelada» (EV 90).


– Que interpelações me  coloca este texto?
– Que tenho eu feito para valorizar e qualificar a vida: a minha, a dos meus familiares, dos meus amigos e colegas de trabalho ou de estudo?
– Quantas vezes me lembro de agradecer o dom da minha vida e dos que dela cuidaram e cuidam?

Avé-Maria...
Senhora da Vida, torna-nos cuidadores da vida.

Doce Senhor da Vida, perdoa-nos porque nem sempre tivemos consciência da nossa responsabilidade no proteger e cuidar a vida, como causa comum. Dá-nos a sabedoria que nos ensina a beleza, a grandeza e a dignidade da vida humana. Guia-nos com a tua graça para que tenhamos a coragem de estar sempre do lado da vida.

Ponto de esforço
– Dar mais atenção, neste dia, à pessoa que me é menos simpática.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Segunda , 14 de Maio


Existir! Um direito ameaçado 
compromisso com um novo estilo de vida

Para reflectir

«O primeiro e fundamental passo para realizar esta viragem cultural consiste na formação da consciência moral acerca do valor incomensurável e inviolável de cada vida humana» (EV 96).

«… a viragem cultural, aqui desejada, exige de todos a coragem de assumir um novo estilo de vida que se exprime colocando, no fundamento das decisões concretas – a nível pessoal, familiar, social e internacional –, uma justa escala dos valores: o primado do ser sobre o ter, da pessoa sobre as coisas. […] a passagem da indiferença ao interesse pelo outro, a passagem da recusa ao seu acolhimento» (EV 98).


– Identificar, na nossa sociedade actual, as ameaças mais frequentes à vida, em qualquer das suas fases.
– Identificar, na família ou no grupo, possíveis sinais de ameaças à vida e à relação e propor-se eliminá-las.



Pedir perdão uns aos outros pelas faltas de respeito recíprocas
Rezar o Pai Nosso, pedindo perdão a Deus por aqueles que atentam contra a vida.

Senhor da Vida, concede-nos a graça de nunca atentarmos contra a nossa vida e a dos outros e de reconhecermos a sua dignidade e inviolabilidade. Por Cristo Senhor Nosso. Ámen.

Ponto de esforço
– Cultivar a delicadeza nas palavras e nos gestos, ao longo do dia.


domingo, 13 de maio de 2012

Domingo, 13 de Maio


A vida – dom e mistério 


Para reflectir 

«… não é possível construir o bem comum sem reconhecer e tutelar o direito à vida, sobre o qual se fundamentam e desenvolvem todos os restantes direitos inalienáveis do ser humano» (EV 100). 

«O serviço da caridade a favor da vida deve ser profundamente unitário: não se pode tolerar unilateralismos e discriminações, já que a vida humana é sagrada e inviolável em todas as suas fases e situações; é um bem indivisível. Trata-se de “cuidar” da vida toda e da vida de todos. Ou, melhor ainda e mais profundamente, trata-se de ir até às próprias raízes da vida e do amor» (EV 87). 

Que interpelações me (nos) fazem estes textos? 


Ensina-nos, Senhor, a descobrir e a respeitar o valor da vida 

Pai, criaste-nos à imagem do teu Filho, 
ícone eterna da tua infinita Ternura. 
Como num espelho reflectimos o seu ser 
e somos, por isso, filhos e seres de Ternura. 

Ensina-nos, Senhor, a descobrir e a respeitar o valor da vida 

Sentimos que não podemos ser felizes 
senão vivendo uma existência de Ternura, 
numa contínua procura do teu rosto 
e numa companhia da vida 
que nos torne dom da Ternura 
face a cada criatura que encontramos. 

Ensina-nos, Senhor, a descobrir e a respeitar o valor da vida 

Tu pedes-nos que nos deixemos transformar pelo teu Coração, 
superando cada barreira ou divisão 
e empenhando-nos por uma cultura da vida e do amor 
em oposição a cada anticultura da morte e do egoísmo. 

Ensina-nos, Senhor, a descobrir e a respeitar o valor da vida 

Dá-nos o teu Espírito, Pai, 
para que sejamos capazes de fazer triunfar 
o Evangelho da vida sobre cada tentação contrária. 

Ensina-nos, Senhor, a descobrir e a respeitar o valor da vida 


Ponto de esforço 
– Oferecer sorrisos ao longo do dia às pessoas que comigo se cruzarem. 

Semana da Vida - 13 a 20 de Maio de 2012



COMPROMETIDOS COM A VIDA 


Comprometer-se com a vida é o grande desafio a todos sugerido. A vida é o maior dom dos dons e o maior bem dos bens! Privados deste dom, nada existe! Não somos! 

Comprometidos com a vida – Uma expressão carregada de dinamismo, da qual emerge um forte imperativo à acção e ao compromisso activo na promoção e na defesa da vida. Comprometer-se com a vida é salvaguardar os seus direitos fundamentais: o direito a existir, o direito ao reconhecimento do seu carácter inviolável, porque sagrado; o direito ao respeito, ao amor, à protecção, à segurança, à educação, a um crescimento saudável e harmonioso; o direito às condições básicas para viver dignamente e com o mínimo de qualidade, em qualquer fase da vida. 
Na sua magna Carta Encíclica, O Evangelho da Vida, João Paulo II indica as atitudes, as acções concretas, as formas, os meios, as estruturas e os agentes que devem ser accionados em defesa dos direitos fundamentais da vida. Entre esses inúmeros “instrumentos”, situa-se a oração. 
«É urgente uma grande oração pela vida, que atravesse o mundo inteiro. Com iniciativas extraordinárias e na oração habitual, de cada comunidade cristã, de cada grupo ou associação, de cada família e do coração de cada crente, eleve-se uma súplica veemente a Deus, Criador e amante da vida» (EV 100). 
Esta proposta de oração diária pretende ser uma ajuda em ordem a um maior compromisso, por parte de todos, na valorização e defesa do dom da vida humana. Pensados para as famílias, estes pequenos esquemas podem servir para outros grupos e comunidades, e até para a oração pessoal. Pressupõem, no entanto, uma pequena preparação que alguém, de cada vez, se proporá em espírito de serviço.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

MENSAGEM PARA O TEMPO DA QUARESMA E DA PÁSCOA DE 2012 BISPO DE VIANA DO CASTELO

1. “A Quaresma oferece-nos a oportunidade de reflectir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor.” É assim que o S. Padre Bento XVI inicia a sua mensagem para a Quaresma deste ano – um percurso, como ele acrescenta, “marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.” E desenvolve a sua reflexão, baseando-se na exortação de Heb 10, 24: Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.
Parece-me particularmente oportuno, para a situação em que vivemos, o que o S. Padre escreve sobre a atenção mútua a que o texto bíblico apela: “A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os aspectos: físico, moral e espiritual.” E o Papa insiste principalmente no bem espiritual, para o qual deve contribuir “a correcção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos.”
Na prática, o Sumo Pontífice está a realizar aquilo a que nos convida: a chamar a nossa atenção de cristãos ou, talvez mesmo, a corrigir-nos de uma prática do amor que, sendo parcial, pode até ser nociva. Vejam-se, antes de mais, os casos extremos de pessoas que se aproveitam dos bens materiais que partilhamos, sem deles realmente necessitarem ou até – o que ainda é pior – para alimentar vícios que são prejudiciais, a elas e aos outros. Afinal, o que lhes falta é o bem moral e espiritual.
Mas, mesmo para com pessoas realmente carenciadas de bens materiais, a nossa ajuda não pode restringir-se a esse nível. Diz o S. Padre que “a responsabilidade pelo próximo significa querer favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem.” E trata-se de “todo o seu bem.” E, pelo menos para nós cristãos, ninguém é bom senão Deus, como diz Jesus ao homem rico desejoso de alcançar a vida eterna (Mc 10, 18). Só em Deus encontramos o sumo bem, como acontece com Jesus.
Repare-se, a este propósito, no que o Papa escreveu na encíclica Caritas in Veritate (n.º 11), publicada quando rebentou a crise económica e social que nos afecta: “O autêntico desenvolvimento do ser humano diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões.” Por isso, “requer uma visão transcendente da pessoa, tem necessidade de Deus: sem Ele, o desenvolvimento ou é negado ou acaba confiado unicamente às mãos do ser humano, que cai na presunção da auto-avaliação e acaba por fomentar um desenvolvimento desumanizado.”
Isto significa, por um lado, que é Deus, e não apenas um simples impulso humano, que nos leva à prática do bem, e, por outro, que tudo devemos empreender para que os outros, incluindo os que ajudamos materialmente, acolham nas suas vidas esse maior dom, que é Deus.
Mas não vamos, com isto, cair na tentação do proselitismo, exigindo a fé em Deus como moeda de troca pelo bem que fazemos. Diz o Youcat (Catecismo Jovem da Igreja Católica, n.º 354): “Ninguém deve forçar os outros, mesmo os próprios filhos, a ter fé, como ninguém deve ser forçado a não crer. O ser humano só pode optar pela fé em total liberdade. Não obstante, os cristãos são chamados, pela palavra e pelo exemplo, a ajudarem as outras pessoas a encontrar o caminho da fé.”
O exemplo mais convincente é o da caridade. Como escreve S. Paulo, a fé actua pela caridade (Gl 5, 6). É na prática da caridade que encarna e mais se revela o amor extremo de Deus, manifestado na morte e ressurreição de Seu Filho, um amor experimentado ao vivo por aqueles a quem, levados por ele, fazemos o bem. E então, sim, é muito mais fácil falar-lhes de Deus e atraí-los para Ele e para o bem de que Ele é fonte insubstituível.

2. Mas para isso precisamos de renovar ou aprofundar a nossa comunhão com Deus. Se no jejum e na partilha se exprime sobretudo a caridade, a oração e o silêncio são necessários para que na prática dessa caridade mantenhamos a pureza e a persistência que só o Deus em quem acreditamos nos pode proporcionar.
Nesse sentido, convido todos os diocesanos, sacerdotes e seminaristas, consagrados e cristãos leigos, a servirem-se do percurso proposto na minha Carta Pastoral “Cristo em vós: a Esperança da Glória” para a vivência dos tempos quaresmal e pascal, principalmente na oração e reflexão. Sugiro mesmo que se distribua a sua leitura do seguinte modo:
- A 1ª parte – “Ao encontro comigo próprio” – aborda temas (a luta pela vida, a necessidade de Deus, os dramas do pecado e da morte) cuja reflexão se situa melhor no tempo da Quaresma em que somos convidados à conversão de vida.
- A 2ª parte – “Ao encontro de Cristo” – apresenta-nos a boa nova da ressurreição e morte de Cristo e os seus efeitos salvíficos naqueles que a acolhem pela fé e pode, por isso, ser uma preciosa ajuda para a vivência do tempo especificamente pascal.
- A 3ª parte – “Com Cristo ao encontro com os outros” – trata do testemunho vivo que, como cristãos, devemos dar do Ressuscitado, na Igreja e no mundo, e aconselha-se, por isso, a sua meditação nos tempos mais próximos do Pentecostes.
Para esta caminhada cristã pode ser muito preciosa a reflexão em grupos. Podemos assim ajudar-nos uns aos outros a que cada um se encontre com Cristo, e estaremos deste modo a pôr em prática o amor, na vertente que o S. Padre, na mensagem quaresmal, nos apresenta: a “recíproca correcção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.”

3. Desejo, finalmente, comunicar os três destinos, em partes iguais, da renúncia quaresmal e do contributo penitencial deste ano, depois ser ouvido o Conselho Presbiteral:
- O Fundo Social Solidário, ao cuidado da Conferência Episcopal Portuguesa, que, deste modo, está a socorrer, a nível nacional, os mais carenciados, principalmente de bens materiais.
- O Santuário de Nossa Senhora da Peneda, de que a nossa diocese precisa como verdadeiro centro de espiritualidade cristã.
- A Casa Sacerdotal da nossa diocese, em que procuramos proporcionar aos sacerdotes mais debilitados o conforto e o repouso de que necessitam.
Procuremos fazer das nossas ofertas uma expressão do amor que recebemos de Deus e que tem, na generosa partilha de bens, uma das suas expressões mais visíveis.

Viana do Castelo, 12 de Fevereiro de 2012


+ Anacleto Oliveira (Bispo de Viana do Castelo)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Passaram cinco anos, mas não nos esquecemos....

Senhor Jesus, que fielmente visitais e cumulais com a vossa Presença a Igreja e a história dos homens;

Que no admirável Sacramento do vosso Corpo e do vosso Sangue nos tornais partícipes da Vida divina e nos fazeis antegozar a alegria da Vida eterna;

Nós vos adoramos e vos bendizemos.

Prostrados diante de Vós, nascente e amante da vida realmente presente e vivo no meio de nós, nós Vos suplicamos:

Voltai a despertar em nós o respeito por cada vida humana nascente, tornai-nos capazes de entrever no fruto do ventre materno a obra admirável do Criador,

Disponde os nossos corações ao acolhimento generoso de cada criança que está para nascer.

Abençoai as famílias, santificai a união dos esposos, tornai fecundo o seu amor.

Consolai os cônjuges que sofrem por causa da impossibilidade de ter filhos e, na vossa bondade, sede providente para com eles.

Educai todos a cuidar das crianças órfãs ou abandonadas, para que elas possam experimentar o calor da vossa Caridade, a consolação do vosso Coração divino.

Com Maria vossa Mãe, em cujo seio assumistes a nossa natureza humana, esperamos de Vós, nosso único e verdadeiro Bem e Salvador, a força de amar e servir a vida, à espera de viver sempre em Vós, na Comunhão da Bem-Aventurada Trindade.
Ámen

(Papa Bento XVI) 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Dá valor ao tempo...

Hoje um novo dia acontece para ti.
Uma nova oportunidade de abrir os olhos
E reencontrar o teu mundo, as tuas cores,
Os teus companheiros, a tua respiração,
O teu concentramento, a tua direcção...
Procura estar atento ao teu momento.
Àquilo que viverás.
Cuida de ti, entra em contacto com a tua luz divina e
Agradece por estares a participar em mais um dia.
Ama, dança, celebra.
vive o teu dia como se fosse o único.
Fica atento: neste dia chegar-te-á o momento
Onde a aprendizagem ser-te-á dada e tens que estar presente.
Se ao contrário, mais uma vez.
Podes perder a oportunidade.
Absorve as boas coisas que te chegarão e
Descarta aquelas que tiverem a intenção de
Esvaziar-te o coração.
Olha sempre para onde a luz brilha
e lá estará a tua alegria, a tua serenidade.
Quando o anoitecer chegar
Deixa que as tuas estrelas
Possame star presentes
Iluminando o teu céu interior e descansa.
Deus cuidar-te-á para que novamente despertes
Para um novo dia.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Entregar a noite...

Em exame de consciência, revejo o meu dia, à luz do Teu amor imenso. Onde encontrei os espinhos das minhas culpas, Tu fizeste-os desabrochar em bem-me-queres de paz. Quando entortei as linhas dos meus deveres, Tu escreveste direito:«Quero-te todo o bem à pupila dos meus olhos». Agora vou descansar e sinto que reclinarei a minha cabeça num travesseiro de magnífica ternura, que é o teu próprio coração.
 
Mil vezes obrigado!



Manuel Marujão, s.j.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode perdurar

Evangelho segundo S. Marcos 3,22-30 
Naquele tempo, os doutores da Lei, que tinham descido de Jerusalém, afirmavam: «Ele tem Belzebu!» E ainda: «É pelo chefe dos demónios que expulsa os demónios.»
Então, Jesus chamou-os e disse-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás?
Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode perdurar;
e se uma família se dividir contra si mesma, essa família não pode subsistir.

Se, portanto, Satanás se levanta contra si próprio, está dividido e não poderá subsistir; é o seu fim.
Ninguém consegue entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens sem primeiro o amarrar; só depois poderá saquear-lhe a casa.
Em verdade vos digo: todos os pecados e todas as blasfémias que proferirem os filhos dos homens, tudo lhes será perdoado;
mas, quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão: é réu de pecado eterno.»
Disse-lhes isto porque eles afirmavam: «Tem um espírito maligno.»


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

COMUNICADO: Curso Nacional de Animadores 2012


A ACR realizou o Curso Nacional de Animadores na Casa Diocesana de N. Sr.ª do Socorro, em Albergaria-à-Velha, nos dias 7 e 8 de Janeiro de 2012 com o tema: Economia de Todos e para Todos.
Participaram cerca de 70 Militantes e Simpatizantes, das várias dioceses onde o movimento está implantado, sendo este momento um importante apoio ao trabalho dos animadores e futuros animadores das equipas e grupos de acção.

O Seminário iniciou com um momento de oração, centrado naquela que é a missão desta actividade, formar os animadores de grupos. O animador é testemunha, «é alguém que vive, primeiro, o caminho que propõe». É essencial que cada um saiba o que tem para dar e para receber; é preciso haver disponibilidade para caminhar.

Os trabalhos foram orientados pelo Doutor Rogério Roque Amaro, Professor Associado do Departamento de Economia do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, do Instituto Universitário de Lisboa), doutorado em “Análise e Planificação do Desenvolvimento”. As suas linhas de investigação e de ensino assentam em: Economia do Desenvolvimento, Desenvolvimento Local, Economia do Território, Economia do Ambiente e Economia Social e Solidária. Perante as realidades actuais, falou das várias formas de economia, dando particular destaque à Economia Solidária.

A Economia Solidária visa o bem comum, orientando-se pelo princípio eclesial: «viviam unidos e colocavam tudo em comum» (Act 2, 44). As principais características desta economia são: uma solidariedade sistémica (social, cultura, ambiental) e uma economia democrática e de qualidade. Na sociedade actual, tendo a crise como pano de fundo, as pessoas estão desprotegidas e inseguras, jovens e adultos têm dificuldade em encontrar emprego. Perante este panorama, todos precisam dar e receber ajuda, e a Economia Solidária assume particular relevância.

O mais importante num país deve ser a Economia Solidária, pois vai muito para além do problema económico, vai em busca da importância da pessoa. Não é por a solidariedade ser realizada de forma voluntária que tem ou pode ter menor qualidade. Para além de defender que a Economia Solidária deve ter qualidade, Roque Amaro acredita que «a economia solidária é a economia do futuro.»

A terminar o Curso, sob o tema Acolher o Outro, orientado por Gastão Veloso, os participantes reflectiram sobre como criar novos caminhos, de modo a formar uma sociedade mais justa e solidária. Existem três tipos de dar: “dar para receber” (Mercado), “dar por dever” (Estado) e “dar-se” (dádiva, Amor). O valor da dádiva só existe se houver relação com o outro.

Neste momento de grandes desafios e oportunidades, a ACR manifesta a sua preocupação com o bem comum, querendo estar ainda mais próxima daqueles que necessitam. A ACR assume a sua missão interventiva no meio, sendo este Curso um verdadeiro «ginásio de santidade», contribuindo para a formação daqueles que comunicam a mensagem de Cristo que a ACR transporta aos seus grupos, que se encontram em formação e em crescimento.

Estar «atento e vigilante» resume aquilo que é o Método de Revisão de Vida (VER-JULGAR-AGIR). Entrar em acção é continuar a contribuir para este Crescer e Recriar o Futuro na Esperança.


Albergaria-à-Velha, 8 de Janeiro de 2012
A Direcção Nacional